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#LavaJato - Políticos da RMC aparecem em Planilha da Odebrecht


Nove políticos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aparecem em uma lista apreendida pela Polícia Federal de possíveis repasses do Grupo Odebrecht. O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), o prefeito de Paulínia, José Pavan Júnior (PSB), e a prefeita de Sumaré, Cristina Carrara (PSDB), estão nas planilhas. O material foi recolhido durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, a Acarajé, no dia 22 de fevereiro, e a lista completa tem mais de 200 políticos vinculados a valores, de 18 partidos. Nas listas, entretanto, não fica claro se os valores se referem a doações legais para campanhas ou a um suposto caixa 2, nem há cifrão, indicando se são em reais ou não.


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Além dos mandatários, a planilha tem outros nomes de destaque na região, como do ex-prefeito de Campinas Pedro Serafim (PRB) e do ex-prefeito de Paulínia Edson Moura (PMDB). Os documentos foram liberados na terça-feira pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele, porém, decretou sigilo do material novamente quarta-feira, alegando “prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos”. O material é, até agora, o acervo mais completo da contabilidade dedicada a políticos instalada na empresa.

Os documentos estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura. Outras menções na lista são da ex-vereadora de Campinas Leonice da Paz, do vereador Marquinho da Bola (PSB), de Paulínia, e do deputado estadual Professor Tito (PT). Aparece também um suposto Paulinho Fiorella, do PP de Paulínia. No entanto, o vereador do PP na cidade se chama Marquinho Fiorella.

Apesar dos indícios, os valores não devem ser automaticamente considerados pelos investigadores como prova de dinheiro de caixa 2 para os nomes veiculados. Os documentos, no entanto, indicam que a contabilidade se refere à campanha municipal de 2012, com menções a primeiro e segundo turnos, por exemplo.

A devassa da Polícia Federal na residência de Silva, um dos executivos-chave no esquema de pagamento de propinas, rendeu a apreensão de sete arquivos, onde aparecem inúmeras planilhas e tabelas, algumas separadas por estados e regiões do Brasil. Outras planilhas são por partidos, com nomes dos principais políticos do País.

Também há inúmeras anotações manuscritas fazendo referência a repasses para políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a obras e até documentos sobre “campeonatos esportivo”. Em meio aos avanços da Lava Jato, os executivos da empreiteira anunciaram que vão fazer uma “colaboração definitiva” com as investigações.



Negativas

Os políticos que responderam ao Correio negaram qualquer repasse irregular ou envolvimento com a Odebrecht. A Prefeitura de Campinas informou que não houve doação da empresa à campanha de Jonas. “As contas do então candidato foram aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral”, diz a nota oficial da Administração. A Prefeitura disse ainda que não foram firmados contratos com a construtora durante a atual gestão. “A campanha do prefeito Jonas teve custo de R$ 6,462.775,01. Deste valor, R$ 2,985.000,00 foram recebidos do diretório nacional do PSB e outros R$ 1.110.000,00 do diretório estadual”, diz nota.

A resposta da prefeita de Sumaré, Cristina Carrara, foi a mesma. “Não recebi nenhuma doação eleitoral desta empresa. Todas as doações recebidas pela nossa candidatura foram oficiais, estão declaradas na nossa prestação de contas e foram devidamente aprovadas pelo TRE-SP. Essa informação é totalmente infundada, improcedente e inverídica”, disse a mandatária.

A assessoria de imprensa do prefeito de Paulínia, José Pavan, informou que o PSB recebeu uma doação da Braskem, mas não informou o valor. Ainda segundo a resposta, a prestação de contas da campanha de 2012 foi registrada e aprovada no Tribunal Regional Eleitoral.

A ex-vereadora Leonice da Paz disse que ficou surpresa com a notícia e que nunca teve contato com a Odebrecht. “Não sei como o meu nome foi parar nessa lista.” Leonice afirmou ainda que vai acionar um advogado para “ver o que pode ser feito”. Serafim também negou que tenha recebido qualquer dinheiro da Odebrecht. O ex-prefeito disse que a empresa cobrou valores referentes à construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). “Não foi uma conversa amistosa. Disse que a Prefeitura ia pagar quando tivesse caixa. Priorizamos outros pagamentos.”

Professor Tito alegou que não teve acesso aos documentos, mas que todos os recursos que recebeu são legais e declarados. O Correio tentou contato com Marquinho da Bola e Edson Moura, mas não conseguiu retorno.



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