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O briguento útil - Agitador contumaz Rodrigo Pavane


Agitador contumaz; provocador incorrigível e para muitos agressivo, o “consultor de vendas”, Rodrigo Pavane (de camisa escura na foto) se transformou num incômodo útil para grande parte da classe política de Campinas.

Defensor do prefeito que estiver no cargo no momento, participou incólume de todos os incidentes violentos registrados na Câmara Municipal ou na prefeitura, na última década.

Mestre em criar confusões, Pavane é tolerado (muitas vezes estimulado) pelos políticos por uma razão muito simples: virou especialista em afugentar manifestantes inconvenientes para quem está no poder.

Pavane já foi acusado de agredir jornalista, ameaçar vereadores de oposição, intimidar manifestantes contrários e liderar claques criadas para blindar políticos de plantão.

Parece ter trânsito livre entre os poderes Legislativo e Executivo da cidade apesar de não ter mandato, nem emprego formal no serviço público. Fala alto pelos corredores da Câmara; grita com desafetos e já chegou a pegar um vereador da base pelo colarinho por não estar prestando atenção em uma votação.

Em 2013 arrancou um quadro com a foto da então vereadora Marcela Moreira instalada na galeria de ex-vereadores – e quebrou no plenário. “Ela participou da invasão da Câmara junto com aqueles estudantes”, justificou ele, referindo ao um episódio daquele mesmo ano.

Sobrevivente


Pavane sobreviveu a mandatos de Hélio de Oliveira Santos, Pedro Serafim ou Jonas Donizette. E foi assim também na Câmara, com os presidentes Aurélio Cláudio, Rafa Zimbaldi e agora, com Marco Bernardelli, entre outros. Sem que ninguém saiba como ou porquê, ele coage, intimida, ameaça adversários políticos, sob o olhar indiferente das autoridades.

O último episódio ocorreu ontem (27/02) durante o julgamento do prefeito Jonas Donizette (PSB) pela Comissão Processante quando provocou a confusão que resultou numa briga generalizada no plenário da Câmara, onde havia pelo menos 200 pessoas.

Com a cobertura de aliados, ele provocou um manifestante de 16 anos, contrário a Jonas, que segurava um faixa pela cassação do prefeito. Pavane gritava obscenidades no ouvido do garoto. Falou coisas impublicáveis a respeito da mãe dele e o incitava a reagir. Até que foi atendido. As provocações terminaram em troca de socos, pontapés, empurrões e gente ferida, como foi o caso do funcionário da Câmara, Nelson Coelho.

Apesar do histórico de violência, ele mesmo diz que raramente foi processado. “Acho que processo mesmo, só tenho dois”, disse. O de ontem, por exemplo, foi levado pela GM ao 1º DP, mas não foi indiciado. “Fui como testemunha”, contou. “Na maioria das vezes, sou conduzido (para a delegacia) pela fama”, avalia.

Ele diz não ter ideia de quantas vezes já foi levado pela policia por envolvimento em casos de agressão, incitação ao crime ou desordem. “Mas na verdade, nunca fui a vias de fato”, argumenta.

Alinhamento


Filiado ao DEM, Pavane diz que seu alinhamento incondicional aos últimos prefeitos de Campinas tem uma explicação. “Eu fico do lado daqueles que olham para os mais pobres, que atuam mais na periferia”, garante. ”Eu nunca iria apoiar se o prefeito fosse o Carlos Sampaio, o Guilherme Campos, ou Arthur Orsi”, afirma.

Hoje, aos 34 anos, diz estar “um pouco cansado disso tudo”. Não fala em parar, mas avalia “que falta gente corajosa nos partidos”.

Ele admite que também atua em Paulínia – onde é visto com regularidade nas sessões da Câmara ou em manifestações de apoio a determinada corrente política. “Em Paulínia eu sou solidário ao Dixon (Carvalho, cassado no ano passado), mas agora eu estou com o Loira (Antônio Miguel Ferrari)”, diz.

Ele garante não receber dinheiro pelos apoios. Diz que vive do trabalho de “consultoria na área de venda de produtos diversos”, como ele define. Diz que sua principal atividade é a venda de publicidade “para revistas e pequenos jornais da região”.

Os adversários


“Ele é machista, racista, violento”, diz a ex-vereadora Marcela Moreira, uma das “vitimas” de Pavane. “É um bate-pau do prefeito do momento”, afirma a ex-vereadora. “É uma vergonha que continue indo à Câmara para intimidar pessoas que vão até, democraticamente, lutar pelos seus direitos”, acrescentou.

“Ele é um provocador profissional”, define o ex-vereador Paulo Bufalo, com quem Pavane também teve conflitos. “Ele nem pode ser chamado de bate-pau porque some quando as coisas ficam mais feias”, ironiza Bufalo.

Por conta da última briga no plenário, o presidente da Câmara, Marcos Bernardelli (PSDB) avalia a criação de uma Guarda Legislativa.


Fonte: Blog da Rose | Escrito por Tote Nunes


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