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Cazellato fala do PSDB, servidores, eleitores, ponte, hospital, remédios, Lar dos Velhinhos e transição de governo


O primeiro prefeito de Paulínia escolhido em eleição suplementar tomará posse dia 7 de outubro.

Sobre a classe política, o prefeito eleito dia 1º de setembro diz, em entrevista ao Correio, que “o país e principalmente Paulínia vive um momento de descrédito”

Em entrevista ao Correio Paulinense, o prefeito eleito de Paulínia, Ednilson Cazellato, o Du Cazellato (PSDB), abordou temas como a intervenção do PSDB de São Paulo no PSDB de Paulínia, que quase o deixou fora da primeira eleição suplementar do município; “abstenções, nulos e brancos” na eleição de 1º de setembro; promessas de campanha e plano de governo;  saúde e educação; construção da “Ponte Atibaia”; servidores públicos - dissídio 2019, incorporação do abono, reforma administrativa, gastos da prefeitura com funcionários; contratos públicos; prédios públicos; número de secretarias e secretariado; Lar dos Velhinhos (Centro de Geriatria) e transição de governo.

Confira!

Correio Paulinense - Impossível falar de sua eleição sem antes abordar o principal percalço no caminho até ela: a intervenção do PSDB de São Paulo no PSDB de Paulínia, que quase o deixou fora da disputa. Por que a executiva estadual de seu partido não queria o senhor como candidato?

Du Cazellato – Isso tudo aconteceu devido a uma pessoa que estava no diretório municipal, mas tudo foi superado. Realizamos nossa convenção, dentro do estabelecido pelo estatuto do partido, obtivemos a grande maioria dos votos do diretório, depois a campanha e vencemos. Agora é trabalhar por Paulínia.

Correio Paulinense - Em 24 de julho, ou seja, um dia antes da intervenção, o vereador Edilson Rodrigues Junior postou nas redes sociais que Marcos Vinholi e Flávio da Costa Pereira, presidente e advogado do PSDB de São Paulo, respectivamente, teriam aprovado o Edital da Convenção do PSDB de Paulínia, que legitimou sua candidatura a prefeito. Entretanto, no dia seguinte (25/07), a estadual destituiu o diretório municipal, e nomeou uma comissão interventora. O senhor apurou o porquê dessa mudança, e pode falar um pouco sobre isso?

Du Cazellato – Como falei acima: são águas passadas. Paulínia já sofreu muito por inúmeras disputas nos bastidores políticos ou na justiça, e ninguém aguenta mais esse cenário. O que tenho a dizer sobre esse fato é: a disputa eleitoral teve fim no dia 1º de setembro e a escolha da população foi por essa candidatura que saiu vitoriosa. Nosso governo irá começar dia 7 de outubro e quem quiser contribuir com Paulínia será bem recebido.

Correio Paulinense – Contando com a direção estadual de seu partido, o senhor considera que, em vez de oito, venceu nove adversários nas urnas de 1º de setembro?

Du Cazellato – Não acredito nisso, não vejo quem integra meu partido como um adversário. Mas tenho que assumir foi uma disputa difícil. Fomos atacados por diversos grupos com Fake News e muitos boatos. Mesmo assim nosso grupo se uniu e trabalhou muito para conquistar a confiança da população. Ainda que o número de votos brancos, nulos e abstenções tenha crescido, recebemos 13119 mil votos, porém iremos governar para toda população que hoje se aproxima de 107 mil paulinenses.

Gostaria de dizer ainda que, embora o Correio Paulinense tenha afirmado que os votos brancos e nulos venceram as eleições em Paulínia (uma referência à matéria do Correio Abstenções, nulos e brancos “vencem” 1ª Eleição Suplementar de Paulínia), não devemos esquecer que esta foi uma eleição atípica. Primeiramente, o período para campanha foi muito curto, segundo, não houveram eleições para vereadores e terceiro e não menos importante o país e principalmente Paulínia vive um momento de descrédito na classe política, mais isso não tira de forma alguma a legitimidade da vontade popular nestas eleições.

Correio Paulinense – Agora, vamos falar de sua futura administração. No seu plano de governo, o senhor promete 156 medidas para as seguintes áreas: Saúde (27), Educação (18), Desenvolvimento Econômico (7), Promoção Social (15), Segurança (13), Transportes e Mobilidade Urbana (12), Recursos Humano (9), Cultura, Turismo e Esporte (27), Meio Ambiente (14), Planejamento Urbano e Habitação (8), e, por fim, Gestão (6). O senhor acha que conseguirá implementar todas elas, em tão pouco tempo?

Du Cazellato – Primeiro, há que se fazer uma distinção entre promessa e Plano de Governo. Promessa é aquilo que se oferece ao eleitor caso venha a ganhar as eleições, já Plano de Governo é um objetivo a ser buscado. Eu não fiz nesta eleição uma única promessa que não fosse a de trabalhar por uma Paulínia melhor. Já em relação ao Plano de Governo buscamos apresentar um plano enxuto, elaborado por especialistas de dentro e fora da Prefeitura, sem propostas eleitoreiras como, por exemplo, “incentivar a Pauliprev” (a proposta de “incentivar a Pauliprev” foi do ex-candidato Tuta Bosco, com quem Cazellato bateu boca pelas redes sociais, durante a campanha), que, estabelece um objetivo a ser perseguido durante este curto mandato e acreditamos ser possível implantar. Teremos muitos desafios, porém confio em quem estará ao meu lado e no trabalho em parceria com a Câmara de Vereadores, que comunga dos mesmos objetivos que eu. A minha prioridade e do meu vice-prefeito Sargento Camargo é trabalhar para as áreas da saúde, educação, segurança e mobilidade urbana, que são os pontos críticos e que carecem de muita atenção.

Correio Paulinense - O senhor promete reestruturar o Hospital Municipal de Paulínia (HMP), que há anos enfrenta problemas gravíssimos. Como será feita essa reestruturação? A tão aguardada entrega da ampliação do HMP, que já consumiu mais de R$ 100 milhões, faz parte dela?

Du Cazellato – Nosso objetivo na saúde é realizar mutirões para zerar ou chegar o mais próximo disso as filas de espera para cirurgias e exames. Outra frente que vamos agir é para instalar duas UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento), visando diminuir o fluxo de atendimento no Pronto Socorro do Hospital e também evitar que a pessoa precise se deslocar pela cidade.

Sobre a ampliação do HMP e a reestruturação que citou vamos analisar e planejar. Acredito que isso deva ocorrer por etapas, pois vai demandar os investimentos em equipamentos e profissionais e temos que agir conforme o Orçamento (que estima receita e fixa as despesas do município) permitir. Mas, sem sombra de dúvidas, a saúde será prioridade deste governo.

Correio Paulinense – O senhor promete atacar também um dos principais problemas da rede municipal de saúde: a falta de insumos e medicamentos. Como vai fazer para que essa questão, finalmente, seja solucionada?

Du Cazellato – Com gestão e planejamento. O Ministério Público moveu recentemente uma Ação Civil Pública contra o município, onde descreve com precisão a situação caótica por que passa a saúde pública municipal e os desmandos das outras administrações em relação a este problema Tomando o relatório do Ministério Público como exemplo, se a gente fizer a lição de casa conseguimos suprir a demanda que existe por medicamentos. Temos que analisar os contratos, colocar os pagamentos em dia, atuar pela informatização do sistema e em outras frentes que vão ajudar e muito a minimizar este problema, que há anos existe na rede municipal de saúde.

Correio Paulinense – Nos últimos anos, o Lar dos Velhinhos (Centro de Geriatria) tem sido tratado com total descaso pelo poder público, e quase chegou a ser fechado. O que senhor vai fazer para melhorar a realidade de uma instituição tão importante para o município?

Du Cazellato – Este é um local que precisa de muita atenção do governo. Não podemos deixar de investir no acolhimento destes idosos. Enquanto estive prefeito interino, autorizei o início do processo que iria reformar o local. Agora acredito que vamos necessitar dialogar com o MP (Ministério Público) e a Justiça, num trabalho que vai envolver várias secretarias para resolvermos os problemas existentes e poder acolher bem quem está ali e outros idosos que necessitam. O amparo e respeito ao idoso que dele necessita é mais que Política Pública, é obrigação.

Correio Paulinense – Os últimos cinco prefeitos eleitos prometeram e não cumpriram implantar período integral na rede municipal de ensino.  No seu plano de governo, o senhor promete um “estudo piloto para implementação da Educação Integral”. Como será esse estudo, e, em quanto tempo o senhor acha que o período integral será uma realidade nas escolas da cidade? 

Du Cazellato – O objetivo é realizar este estudo e iniciar um projeto piloto em algumas unidades da rede municipal de educação. Não quis prometer esse início imediato, pois seria leviano da minha parte não realizar os testes necessários e ver a real demanda, de quando isso começar a funcionar na prática.

Correio Paulinense – O senhor promete ampliar o número de vagas na educação infantil para zerar a fila de espera.  No caso das creches, qual o déficit atual de vagas, e, os futuros novos alunos serão integrados à rede própria do município, ou direcionados para as unidades privadas conveniadas à prefeitura?

Du Cazellato – Hoje temos o PROEB (Programa Pró-Educação Básica) e é por ele que num primeiro momento pretendemos zerar a fila de espera. O atual governo (do prefeito interino Loira)  já reajustou o valor do repasse por aluno a essas unidades e agora precisamos fiscalizar para que todas ofereçam um padrão de qualidade excelente. A Meire Muller que será secretária de Educação tem experiência na área e logo irá apresentar com mais detalhes quais etapas vamos percorrer para cumprir com o que está no plano de governo.

Correio Paulinense – De acordo com seu plano de governo, prédios das secretarias de saúde, esporte e educação deverão ser reformados na sua gestão. Mas o que o senhor pretende fazer com os prédios públicos que custaram milhões dos contribuintes paulinenses e estão abandonados há anos?

Du Cazellato – Como bem disse, Paulínia possui problemas sérios que se arrastam há anos, e não devemos esquecer que este meu mandato é bastante curto, apenas um pouco mais extenso que foi o de meu antecessor. Nosso objetivo é enxugar todas as despesas que pudermos e utilizar os prédios e espaços públicos, porém vamos analisar caso a caso, buscando sempre o melhor interesse da população. O que podemos fazer na área do antigo Museu? Como ocupar os estúdios ou os imóveis que se encontram no Complexo do RodoShopping? Sabemos que temos muitos entraves jurídicos e administrativos, então, é preciso um trabalho em conjunto de várias secretarias e também perante aos órgãos legais como MP (Ministério Público) e Justiça.

Correio Paulinense – Reforma administrativa, outro tema no seu plano de governo. No final do ano passado, como prefeito interino, o senhor enviou à Câmara de Vereadores a criação de 136 cargos de confiança e 226 funções exclusivas para servidores de carreira, que custariam, somente este ano, mais de R$ 27 milhões aos cofres públicos, em salários e gratificações. A sua reforma acabou vetada pelo atual prefeito interino, com o aval dos vereadores.  Mesmo com a folha de pagamento da prefeitura acima dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), inclusive no período em que administrou interinamente o município, o senhor pretende promover uma nova reforma que gere aumento na despesa com pessoal?

Du Cazellato – Pelo contrário. Nossa reforma ia permitir uma economia de quase R$ 22 milhões na folha de pagamento, reduzir o número de comissionados e valorizar o servidor concursado. Além disso os cargos comissionados que sofreriam uma redução significativa iriam ter uma redução de salário de 20%. Apenas a título de exemplificação, se a reforma administrativa que encaminhei a Câmara Municipal e fora vetada tivesse sido implantada a Prefeitura não teria gasto nos últimos meses uma média de 1,5 milhão de reais mensais com horas extras. Isto sim é aumento de despesas com folha de pagamento.

Esclarecimento do Correio: A “estimativa do impacto orçamentário financeiro” (foto abaixo) da Reforma Administrativa (Projeto de Lei 69/2018), proposta pelo então prefeito interino Du Cazellato, demonstra que a criação de 136 cargos comissionados e 226 funções de confiança aumentaria a despesa da Prefeitura de Paulínia com funcionários em R$ 27.171.252, 61 (vinte e sete milhões, cento e setenta um mil, duzentos e cinquenta e dois reais, e sessenta e um centavos), somente este ano, o que agravaria ainda mais a situação da folha de pagamento municipal perante a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A economia de R$ 22 milhões citada pelo, agora, prefeito eleito Du Cazellato, é em relação aos R$ 46 milhões que custariam aos cofres municipais, este ano, os 342 cargos comissionados e as funções de confiança da reforma administrativa promovida em 2017 pelo prefeito cassado Dixon Carvalho, e cuja lei (3.539/2017) foi julgada parcialmente inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (LEIA).

Correio Paulinense – Atualmente, Paulínia tem 21 secretarias municipais e, até agora, nenhum prefeito cogitou diminuir esse número como forma de enxugar os custos do município com funcionários públicos. O que o senhor pensa sobre isso?  

Du Cazellato – Nossa meta é tornar a Administração mais eficiente e ao mesmo tempo mais enxuta. Vamos cortar e reduzir onde pudermos e for necessário. Se reduzindo as Secretárias reduzíssemos os gastos com pessoal, certamente cortaríamos pela metade, mais o número de funcionários (concursados) continuará o mesmo e consequentemente os gastos também (nesse caso, Cazellato não está levando em conta gastos com salários de secretários e nem dos cargos comissionados, de livre nomeação e exoneração do prefeito). A máquina administrativa não está inchada, pelo contrário, faltam funcionários em várias áreas, a máquina administrativa está cara. Porém isso só será decidido a partir do momento em que assumirmos e analisarmos toda essa situação que é bastante complexa.

Correio Paulinense – Em assembleia do sindicato, os servidores decidiram trocar o dissídio 2019 pela incorporação do abono de R$ 1 mil, que recebem desde 2013. No entanto, a troca esbarrou na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como o senhor pretende enfrentar e solucionar essa questão?

Du Cazellato – O dialogo será essencial e faremos tudo agindo com responsabilidade e baseado no que for permitido pela lei.

Correio Paulinense – As despesas da prefeitura com aluguel de carros e imóveis particulares estão entre as mais questionadas e criticadas pela população. Em dezembro do ano passado, como prefeito interino, o senhor prorrogou o contrato com uma locadora de veículos, e aumentou o valor original da contratação em mais de R$ 500 mil, valor bem acima do registrado na prorrogação feita por seu antecessor, Dixon Carvalho. O senhor não acha que já passou da hora de rever e enxugar o máximo possível esses contratos?

Du Cazellato - Enquanto interino todos os contratos e processos administrativos foram revistos por uma comissão que criei e ficou em meu gabinete. Agora não será diferente. Vamos enxugar onde pudermos. Naquele período conseguimos reduzir vários contratos e fizemos muito com pouco. Um exemplo foi o Natal Itinerante que passou pelos bairros da cidade e custou R$ 75 mil, valor bem abaixo de outras festividades que já aconteceram em anos anteriores.

Correio Paulinense – Durante a campanha, o senhor assumiu o compromisso de começar a construção da “Ponte Atibaia” em três meses, após tomar posse. Esse prazo será cumprido?

Du Cazellato - Enquanto estive interino já havíamos localizado o autor do projeto e iríamos retomar o processo a partir daquele ponto. Agora há notícias que a atual Administração (do prefeito interino Loira) assinou a Ordem de Serviço para o processo licitatório de execução da obra. Veja bem, este é apenas o primeiro passo, entretanto, se estiver tudo ok, poderemos dar continuidade aos trabalhos para que não seja necessário recomeçar tudo novamente. Caso contrário, vamos ajustar o que for preciso para que essa obra comece, pois a cidade não pode mais aguardar pela solução deste problema que atrapalha a vida de muitos paulinenses.

Correio Paulinense – O senhor já anunciou a volta de dois secretários – Meire Muller (Educação) e Marcelo Mello (Obras e Serviços Públicos). O senhor pretende trabalhar com o mesmo secretariado da gestão interina, ou vai renovar em algumas pastas?

Du Cazellato - Alguns nomes irão voltar. Vamos buscar valorizar o servidor e pessoas da cidade. Em breve quero divulgar o nome de mais secretários, o que posso garantir é que todos serão competentes e que possuem experiência em sua área de atuação.

Correio Paulinense – Como está sendo o processo de transição com o atual governo interino da cidade?

Du Cazellato - Indiquei 9 pessoas que compõe uma comissão comandada por Marcelo Mello, futuro secretário de Obras. Esse processo é importante e ajudará o governo que se inicia dia 7 de outubro.  Estou recebendo relatórios importantes que vão acelerar a execução das nossas propostas, mais deixo claro que todas as informações prestadas agora serão confirmadas após a posse.

Fonte Correio Paulinense | Foto: Divulgação


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