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#AUSCHWITZ - 70 Anos da Libertação do Campo de Extermínio NAZISTA


Em tempos como o de hoje onde vemos grandes guerras e massacres sendo cometidos por causa da fé de religiões e crenças diferentes em volta do planeta. Onde sempre existem alguns extremistas dispostos a usar essa mesma fé como escudo para desculpas em busca do poder. Essa semana comemora-se os 70 anos de libertação do campo de extermínio de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945, pelo exército soviético. Um evento que se deu na Segunda Guerra Mundial.

O que nos leva a pensar o que é capaz de causar a intolerância religiosa e como isso pode ser usado para fomentar as guerras e verdadeiros massacres pela história da humanidade a fora.

Como cidadão do mundo e blogueiro não poderia ficar de fora dessa data. E com isso vir aqui demonstrar todo o meu respeito pelo POVO JUDEU e também por outros vários POVOS que sofreram e sofrem essa perseguição sem precedentes na história contemporânea do mundo.

Agradecimento:
Quero agradecer a colaboração de um amigo Judeu o qual merece todo o nosso respeito da sociedade paulinense. Me forneceu alguns links e apoio para essa matéria: Sami Goldstein

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Auschwitz: Da libertação à construção do Holocausto

Há 70 anos foi libertado o campo de concentração mais associado ao extermínio dos judeus pelo regime nazi. Mas demorou anos até haver uma compreensão generalizada de que os judeus tinham sido vítimas de um genocídio.

O Exército Vermelho não estava preparado para libertar Auschwitz. Nos seus mapas, de antes da guerra, nem sequer constava este extenso campo de morte e de trabalhos forçados do regime nazi. “Demos por acaso com o campo de extermínio”, recordou o tenente Vasili Gromadski, da 100.ª Divisão de Atiradores, que participava na ofensiva do Vístula-Oder, que havia de chegar a Berlim no fim de Abril de 1945.

Quando entraram em Auschwitz, a 27 de Janeiro de 1945, encontraram um local onde foram mortas 1,5 milhões de pessoas e que se tornou num testemunho da crueldade nazi, mas que só ao longo dos anos se transformou num símbolo do Holocausto dos judeus.

“Vi muitas coisas horríveis e de pesadelo nesta guerra, mas o que testemunhei em Auschwitz ultrapassa a imaginação”, escreveu o militar soviético Georgi Elisavestski numa carta à mulher, quando já era comandante do campo, depois do Exército Vermelho ter assumido o controlo.

“Imagina um complexo prisional, rodeado por campos mais pequenos, com capacidade para 60 mil a 80 mil pessoas, vindas de toda a parte do mundo. Ver o estado das pessoas que aqui ficaram – e compreender o que se passou aqui – é suficiente para perder o juízo”, confessava Elisavestski, citado no livro Total War – From Stalingrad to Berlin, de Michael Jones (John Murray, 2011). “Encontrámos as ruínas de quatro fornos crematórios, com capacidade para queimar milhares de pessoas diariamente”, relatava o oficial. “Traziam os prisioneiros para o que chamavam ‘descontaminação.’ Forçavam-nos a despir-se e a ir para uma sala na cave, onde havia chuveiros. Quando estava cheia, fechavam as portas e lançavam gás. Após 10-15 minutos, traziam os cadáveres para os crematórios."

O que o Exército Vermelho encontrou ao entrar em Auschwitz, após enfrentar feroz resistência nazi – o campo era secreto, e era segredo de Estado o que o regime estava a fazer aos judeus –, chocou soldados que pensavam já não poder ser surpreendidos. Além de pessoas que eram apenas esqueletos, crianças usadas para experiências científicas, descobriram toneladas de cabelo humano – para usar na indústria têxtil – e de roupa, sapatos e objectos pessoais em ouro, que incluíam dentes, que seriam enviados para a Alemanha. Eram coisas que punham os soldados a chorar. “Tinha visto pessoas enforcadas, pessoas queimadas. Mesmo assim não estava preparado para Auschwitz…”, recordou Anatoli Shapiro, comandante do 1085.º Regimento do Exército Vermelho, o primeiro a entrar no campo.

“Vimos logo as fileiras de casernas. Abri a porta de uma. O fedor era insuportável. Era uma caserna feminina, e havia poças de sangue congeladas no chão, e cadáveres no chão. E lá pelo meio havia ainda pessoas vivas, seminuas, vestidas só com roupa interior fina – em Janeiro! Os meus soldados recuaram, horrorizados. Um deles disse: ‘Não consigo suportar isto. Vamos sair daqui. Isto é inacreditável!’”

Mas os soldados insistiram, continuaram a abrir as casernas e a descobrir “pessoas emaciadas, brutalmente torturadas”, na descrição do tenente Ivan Martinushkin. “Já não pareciam pessoas”, disse o sargento Genri Koptev. “Tinham uma pele tão fina que se podia ver as veias e os olhos estavam salientes, porque os tecidos à volta tinham desaparecido. Quando esticavam as mãos, podia-se ver cada osso, cada tendão e articulação. Sentimo-nos tomados pelo terror. Ninguém nos tinha preparado para isto.”

Sobreviventes voltam a Auschwitz 70 anos depois 


Ninguém acreditava

Na verdade, ninguém estava preparado para Auschwitz. Estaline, o líder soviético, teria informação sobre o que ali se passava desde o ano anterior, quando o Exército Vermelho tomou o campo de extermínio de Madjanek, um dos locais onde começou a ser posta em prática, em 1942, a “solução final” para a “questão judaica. Este eufemismo designa o extermínio, puro e simples, de todos os judeus. Mas o líder comunista não disse nada sobre Auschwitz ao marechal Ivan Konev, que liderava a I Frente Ucraniana, o exército que tomou o campo.

A narrativa oficial da história soviética da II Guerra impunha o dogma de que a nação russa fora a mais sacrificada, a maior vítima e a maior vencedora, no seio da URSS, afirma o historiador norte-americano Timothy Snyder no livro Terra Sangrenta – A Europa entre Hitler e Estaline (Bertrand, 2011).

O resto dos Aliados e os líderes mundiais olhavam a guerra como um todo. As informações sobre os campos de concentração eram escassas e classificadas ao nível de boatos. As chancelarias e a imprensa estavam de pé atrás por causa dos abusos da propaganda na I Guerra Mundial.

Fonte: http://www.publico.pt



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