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Acessibilidade na Cabeça


Quando me deparo com uma escadaria ou degraus para ter acesso a um órgão público ou privado ou em uma instituição, chego a uma conclusão; a escada é um modelo antigo de acesso que vem de nossos ideais no planejamento, pois a escada não nasceu sozinha do concreto, ela veio de um modelo ideológico que reflete na arquitetura e nas formas da construção humana. Uma escadaria não nasce do nada, ela veio da objetivação e da prática humana, por isso, um modelo psicológico de acesso.

Degraus que precisam ser repensados, escadas que precisam de novos pensadores, uma realidade que carece de novas modalidades de inclusão para aqueles que não têm acesso. As pessoas sem acesso ficam excluídas, pois o acesso é um recurso para quem acessa, e quem acessa tem os recursos disponibilizados para o seu desenvolvimento como pessoa. Quem não tem acesso, fica excluído, e o excluído não possui os recursos, então não se desenvolve como pessoa integral, compondo a melodia da desigualdade social. Já pensou uma pessoa sem acesso a livros e leituras? Acesso é um termo amplo que privilegia a todos e não só a pessoa com deficiência.
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Quando penso em acessibilidade logo vem como parte do processo, a exclusão e as barreiras que impedem o ir e vir de um indivíduo. Quando este indivíduo é uma pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, as barreiras e as exclusões vêm como ponto forte a contradizer a acessibilidade.
O desenho universal que caracteriza um modelo utópico de acesso para todos, de forma democrática, é uma luta e um desenvolvimento social e político, cuja transformação social vem da alma, da mente, naquilo que chamamos de psicológico.  Pois criar acesso para todos, sugere repensar o modelo de acesso vigente em nossas cabeças e na sociedade. A cultura do acesso universal deve vir do aspecto reflexivo de nossos hábitos, crenças e postura no momento de planejar e desenvolver uma sociedade. Através da educação, da conscientização podemos renovar a maneira rígida de pensar de todos que compõem os espaços sociais.

Mas este modelo de acesso, não é democrático, pois existem pessoas em cadeiras de rodas que não podem subir as escadas, gerando uma necessidade de repensar um novo modelo de acesso; as rampas.  O homem atual ainda pensa dividindo as classes, no altar das igrejas e nas “escadas” da evolução humana, não tem acesso para quem tem deficiência física e é diferente dos padrões da perfeição que temos em nossa religiosidade mental.  O Deus que concede a escala evolutiva humana, separou os homens dos anjos através de escadas?  O que se eleva, esta sempre um degrau a mais.

O acesso universal e seu desenho mental deve privilegiar a todos quem compõem a sociedade. Por isso a luta e a participação de todos na elaboração de novos modelos mental de acesso, onde cada um repensa sua forma de se objetivar na realidade. Pois quem pensa de forma limitante, pensa de forma antiga e constrói degraus e impedem o acesso de todos, e quem pensa renovadamente, pensa em novas formas de acesso democrático, como por exemplo, as rampas de acesso para cadeira de rodas e outras deficiências.

Outro exemplo de acessibilidade vem quando os recursos sociais de desenvolvimento considera a diversidade das pessoas, a pluralidade de deficiências e as adequações para acolher a todos. Dando oportunidades para todas as pessoas se desenvolverem dentro das nossas relações interpessoais. Portanto, o que constrói as barreiras é a forma de pensar de cada um, é a maneira como cada um aceita o seu próximo como ele é, e ainda repensa sua acessibilidade para participação e inclusão. Barreira esta na cabeça de quem pensa. Limites esta em nossas relações interpessoais quando tratamos com diferença os nossos semelhantes. Por isso, antes de mudar o acesso arquitetônico, devemos mudar nossa forma de pensar o mundo a nossa volta, a rampa de acesso começa em nossa moralidade. Acesso e rampa começam na “cabeça”, antes da concretude das escadas e limites arquitetônicos.




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